Baphomet, bafomete ou
ainda Bafomé, (deriva do latim medieval Baphometh, Baffometi, ocitano, Bafomé)
Conhecido um deus pagão da fertilidade associado à força
criativa da reprodução, representado com uma cabeça de carneiro ou de bode, um
símbolo comum de procriação e fecundidade. Ele apareceu a "Maomé” mas
depois apareceu como um termo para ídolo pagão em transcrições do julgamento
da inquisição dos Cavaleiros Templários no início do século XIV.
O nome apareceu pela primeira vez na consciência popular inglesa ,
no século XIX, com debates e especulações sobre as razões da supressão dos
Templários.
Muito embora várias tenham sido as suas supostas
representações, a única possível imagem de Baphomet encontrada em um santuário
templário consta de uma cabeça humana com três ou quatro faces, cada uma
representando uma face de Deus ou de Hermes, como está no Convento
de Cristo de Tomar.
Sua origem é
pagã. No paganismo o Baphomet representa o deus Pã,
(na mitologia grega, é o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores.
Vive em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. É representado
com orelhas, chifres e pernas de bode, amante da música, traz sempre consigo
uma flauta. É temido por
todos aqueles que necessitam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e
a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de
qualquer causa aparente e que são atribuídos a Pã; daí o termo "pânico".)
sendo, posteriormente adotado pelo ocultismo e satanismo.
A história em torno do Baphomet está intimamente
relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV de França e
com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem,
pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que
isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja
Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi
fundada no ano de 1118.
O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente proteger os peregrinos em
seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o
território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém,
e daí a origem do nome da Ordem.
A primeira sede dos
cavaleiros templários, a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o monte do Templo. Os cruzados
chamaram-lhe de o Templo de Salomão, como ele foi
construído em cima das ruínas do templo original, e foi a partir desse local
que os cavaleiros tomaram seu nome de templários.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos,
mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam encontrado no
território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos.
Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal dentre
outros tesouros da tradição cristã.
Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens
de Felipe, o Belo e com a conivência do Papa Clemente
V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira,
acusados de diversas heresias.
O rei francês, nessa altura, acusava os templários de adorarem
o diabo na
figura que na realidade se chamava Baphomet. O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem
pela Igreja Católica e da morte de templários na fogueira que se seguiu a isto.
Não existe consenso
quanto à etimologia da palavra "Baphomet". Segundo o arqueólogo
austríaco Joseph von Hammer-Purgstall, um não simpatizante do
ideal templário e que em 1816 escrevera um tratado intitulado Mysterium
Baphometis Revelatum, sobre os alegados mistérios dos Cavaleiros e do
Baphomet, a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos,
"Baphe" e "Metis", significando "Batismo de
Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da
possibilidade da existência de rituais de iniciação,
onde haveria a admissão aos mistérios e aos segredos cultuados pela Ordem do
Templo.
A origem da palavra
Baphomet ficou perdida, e muitas especulações podem ser feitas, desde uma
composição do nome de três deuses: Baph, que seria ligado ao
deus Baal; Pho, que derivaria do
deus Moloch; e Met, advindo de um
deus dos egípcios, Set. Outra teoria nos leva
a uma corruptela de Muhammad (Maomé - o nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego
"Batismo de Sabedoria".
A palavra
"Baphomet" em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf.
Aplicando-se a cifra Atbash (método
de codificação usado pelos Cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph,
que soletra-se Sophia, palavra grega para "sabedoria".
Todavia ainda
existem fontes que afirmam uma outra origem do termo. Segundo alguns, o nome
veio da expressão grega Baph-Metra( mãe-Metra ou Meter-submersa;
Baph-em sangue. Ou seja, a Mãe de sangue, ou a Mãe sinistra). Grande parte dos
historiadores que afirmam essa versão se baseiam no fato que o culto à cabeça
está relacionada com conjurações de entidades femininas.
Teorizou-se
simbolicamente que o Baphomet é fálico, já que em uma de suas míticas
representações há a presença literal do falo devidamente inserido em um vaso
(símbolo claro da vulva).
Baphomet por Eliphas Levi
A figura dos tempos
atual de Baphomet foi criada pelo famoso ocultista Eliphas Levi, como apresentada ao lado.
Levi lista as mais frequentes representações do Baphomet: na classificação e explicação
das gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas
Levi classifica a imagem de Baphomet como a figura panteística e mágica do absoluto.
O facho representa a inteligência equilibrante do
ternário.
A cabeça de bode, reunindo caracteres de cão, touro
e burro, representa
a responsabilidade apenas da matéria e a expiação
corporal dos pecados.
As mãos humanas mostram a santidade do trabalho e
fazem o sinal da
iniciação esotérica a indicar o antigo aforismo de Hermes Trismegisto
"o que está em cima é igual ao que está
embaixo". O sinal com as mãos também vem a recomendar aos iniciados nas
artes ocultas os mistérios.
Pode também ser interpretado em seu aspecto metafísico, onde pode representar o
espírito divino que "ligou o Céu e a Terra",
tema recorrente na literatura esotérica.
Os crescentes lunares presentes na figura indicam
as relações entre o bem e o mal, da misericórdia e da justiça.
Possuindo seios, o bode representa o papel de
trazer à Humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, os quais são signos
redentores.
O pênis é metaforicamente representado por um Caduceu. No budismo tântrico este é o
símbolo de ascensão da energia da deusa Kundalini. Em forma de serpente ela está
enrolada e oculta na base da coluna de todo ser humano. Ao atingir a plenitude
desta força, o ser alcança o êxtase da iluminação (o nirvana). Este tipo de simbologia aparece
com frequência na alquimia (o coito
do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação.
Na frente e embaixo do facho encontra-se o signo
do microcosmo a representar
simbolicamente a inteligência humana.
Colocado abaixo do facho o símbolo faz da chama
dele uma imagem da revelação divina. * Baphomet deve estar assentado ou em um
cubo e tendo como estrado uma bola apenas ou uma bola e um escabelo triangular.
A figura pode ser colorida no ventre (verde), no
semicírculo (azul) e nas penas (diversas cores).
·
Ver: Aleister Crowley
·
Caminho da Mão esquerda e Caminho da mão direita
Pentagrama
invertido, representa a cabeça de Baphomet, segundo adeptos do caminho da mão
esquerda.
O Baphomet de Levi
tornou-se uma figura importante dentro da cosmologia da Thelema, o sistema místico estabelecida
por Aleister Crowley
no início do século XX. O credo da Igreja Gnóstica Católica é recitado pela
congregação na Missa Gnóstica, com a seguinte frase: ". E eu
creio na Serpente e no Leão, Mistério dos Mistérios, em seu nome
BAPHOMET".[5]
Em Magick (Book 4), Crowley afirmou que
Baphomet era um andrógino divino e o hieróglifo da perfeição arcana: Visto como
o que reflete o que ocorre acima de modo como reflete abaixo.
O Diabo não existe.
É um nome falso inventado (...) implicar uma unidade na sua confusão ignorante
de dispersões. Um diabo que tinha a unidade seria um Deus ... 'O Diabo' é
historicamente o Deus de todos os povos inimigos... Esta serpente, Satanás, não
é o inimigo do homem, mas o que fez de nossa raça humana "Deuses",
conhecendo a si mesmo "o bem e o mal"; Ele é encontrado no Livro de
Thoth, e Seu emblema é BAPHOMET, o Andrógino que é o hieróglifo da
perfeição arcana... Ele é, portanto, a Vida e o Amor. Mas, além disso, sua
carta é ayin, o Olho, de modo que ele é Luz; e a sua imagem Zodiacal é
Capricórnio, cujo a cabra saltando é atributo da liberdade.[6]
Para Crowley,
Baphomet é mais um representante da natureza espiritual dos espermatozóides,
enquanto também é simbólico da "criança mágica", produzido como
resultado da magia sexual.[ Como tal representa a união
dos opostos, porque misticamente é personificado em Caos e Babalon combinados e biologicamente
manifestados com o esperma e o óvulo unidos no zigoto.










