Lilith
Lilith (do hebraico לילית) é um demônio feminino mitológico Mesopotâmico associado com
ventos e tempestades e que se imaginava ser um portador de doenças, enfermidade
e morte. A figura de Lilith apareceu pela primeira vez no grupo dos demônios ou
espíritos associados aos ventos e tempestades como Lilitu, na Suméria, cerca de
3000 AC. Muitos estudiosos colocam a origem da fonética do nome
"Lilith" como algo em torno de 700 AC. Lilith aparece como um demônio
noturno na crença tradicional judaica e como uma coruja-das-torres na versão
King James (Rei Tiago) da Bíblia. Ela também é apocrifamente a primeira esposa
de Adão.
A
imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma
categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta
de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por
volta de 700 A.E.C.[1]
Talvez
dada a sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a
denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da
bíblia, na Bíblia KJV ou King James Version. Alí está escrito, em Isaías 34:14 que ... the
screech owl also shall rest there. É
preciso salientar, comparativamente, que na renomada versão em língua
portuguesa da bíblia, isto é, na tradução de João Ferreira de Almeida, esta
passagem relata que ... os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da
coruja, como é freqüentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil
(tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no
mundo lusófono atual).
Lilith
figura como um demônio da noite nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash). Lilith é também referida na Cabala
como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem
(Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto
proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira
esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma
disputa, vindo a tornar-se a mãe dos demônios. De acordo com certas
interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo
que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se,
recusou-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade,
isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a
rebelar-se contra o sistema patriarcal.
Na
Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com
os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua
ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a
várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo
com outras culturas. No fictício Livro de Nod, é também conhecida como Deusa da
Lua, aquela que ensina Caim habilidades vampíricas, a que é tão antiga quanto o
próprio Deus criador do céu e da terra.
A
imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura
hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na
Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um
símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo
hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos
por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente
lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue
humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das
poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem
saía com vida. Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith,
como o aberto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a
ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com a vagina
segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a
liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.
Assim
dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob
teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e
por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou
que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma
abandonou o Éden. Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se
recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que
tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério.
Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a
humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu
marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens,
principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.
Após os
hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua
representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia,
e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação
referente na verdade a Lilith no Gênesis. No período medieval ela era ainda
muito citada entre as superstições de camponeses, como deixar um amuleto com o
nome dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e
Samangelaf para que ela não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse
durante o sono, pois ele estaria sendo seduzido por Lilith.
Pensa-se
que o Relevo Burney (ver alusões à coruja na reprodução do Relêvo de Burney,
nesta página), um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também
que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer
sexual.
Algumas
vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate",
um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três
cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida
noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.
Nos
dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma remarcável
transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo,
na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a
imagem sensual e sedutora de Lilith (ver a reprodução do quadro Lilith de John
Collier, pintada em 1892), e aos seus atributos considerados impossíveis de
serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca,
noturna, devoradora de crianças, causadora pragas, depravação, homossexualidade
e vampirismo (ver texto gnóstico na seção de links externos). Podendo ser
citados também os nomes de Johann Wolfgang von Goethe, John Keats, Robert
Browning, Dante Gabriel Rossetti, John Collier, etc...Lilith também é considerada
um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.
(Fonte: Ocultura)

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